Documentando a mudança social
Depois de definida a missão, era hora de partir para a execução. Sertão, ai vou eu. Em meu coração, um misto de ansiedade e alegria. Registrar e documentar parte da história sendo escrita no Nordeste é uma responsabilidade é uma grande honra. Na bagagem, levei. Ideias, perguntas, roteiros é muita energia para estes cinco dias que viriam pela frente.
Saímos, eu e a equipe, na madrugada de domingo rumo a Sergipe. Uma longa viagem com um bebê de dois anos não é nada fácil, mas no fim, valeu a pena ver a empolgação do meu filho brincando com galinhas e cabras e se emocionando com os cavalos que passeavam pelo centro da cidade.
Primeira parada: Aracaju. De oito graus em Curitiba, para os trinta do Nordeste. O calor tornou-se apenas um detalhe quando a minha maior preocupação era registrar mais do que imagens e palavras, mas a alma e o coração de quem falava comigo. Do aeroporto fomos direto para o Centro Médico Luis Cunha, onde marcamos a primeira entrevista da viagem com a Dra. Renata Carvalho, fisioterapeuta especialista em pediatria e neonatologia. Uma das nossas missões estava relacionada a uma família moradora de um pequeno povoado chamado Salgado, localizado a uma hora de Aracaju. Marcela, mãe de Itamar, e Joice, irmã dele, estavam nos esperando junto com a fisioterapeuta e o menino para mais uma de suas sessões diárias de fisioterapia.
Itamar é uma criança de três anos que nasceu com hidrocefalia e é portador de uma síndrome ainda desconhecida pelos médicos. Nossa equipe conheceu a história do menino e registrou a angústia de uma mãe para conseguir recursos financeiros que paguem o tratamento do filho, aproximadamente R$ 10 mil mensais. Finalizamos nosso trabalho em Aracaju naquele dia e partimos para Porto da Folha, onde fomos recebidos com muito carinho por amigos e pudemos aproveitar ainda aquela noite de luar maravilhosa que só o sertão nordestino tem!
Agora era a hora de visitar as escolas reformadas pela Neo Missio e seus parceiros. Josefina Pereira e Bonifácio Loureiro Lima foram selecionadas no início deste ano para receberem um investimento de aproximadamente R$ 200 mil reais para serem reformadas. As duas escolas estavam em uma situação complicada. Sem piso, pintura descascando, sem forro e sem a mínima estrutura para os alunos estudarem, as escolas precisavam de uma reforma. E foi isso que aconteceu de janeiro a junho. Uma grande mudança aconteceu não só naquela construção feita de tijolos e cimento, mas no coração de professores, pais, alunos e funcionários das escolas. Dava pra ver a alegria no rosto daquelas crianças, o brilho nos olhos dos professores e o orgulho das diretoras Adriana e Vanusa, que lutaram tanto para ver seu sonho realizado. As escolas ficaram lindas, arejadas, iluminadas e organizadas. Pelos corredores só se ouvia agradecimentos e elogios e nós registramos tudinho!
Nosso trabalho continuou com entrevistas, imagens e mais uma visita ao Itamar. Foram cinco dias de muito trabalho, aprendizado e prazer! Me despedi deste sertão maravilhoso, que tem um povo tão carinhoso, com um aperto no peito é uma vontade de ficar mais tempo. Mas já era hora de voltar e organizar tudo que foi feito, em breve espero estar de volta!
Izabele Andretta de Assis – Jornalista – Curitiba PR